segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Pro ano que passou voando...


O que escrever de um ano que passou? Na verdade tenho a impressão que os anos, depois de certa idade, não passam: voam! E com 2012 não foi diferente.

Faz 11 anos que eu trouxe o Studio pra Joinville e, às vezes, parece que foi ontem; muitos de nossos alunos de 10 anos atrás ainda mantém contato, e alguns ainda voltaram 10 anos depois pra fazer curso, o que me leva a crer que, ao passar por mais um ano, tenho minha missão cumprida: a formação.

Esse ano foi intenso; muitas coisas aconteceram na escola, com nossos alunos, nossa Cia de teatro, comigo enquanto Diretora e Atriz, e então, o ano acabou e já me pego pensando nas novas turmas e atividades que virão...

A escola esse ano abriu uma única turma, o Studio Mix. Pra essa, já tínhamos uma lista de espera desde o ano passado, pois esse está sendo o procedimento adotado por nós: abrimos uma lista e atendemos primeiro quem está esperando uma vaga há algum tempo.

A turma logo lotou, com os da lista e com nossos ex-alunos que sempre voltam. Durante o processo, ainda entraram alguns ex-alunos que estão estudando cênicas fora de Joinville, mas por motivo pessoal estavam passando um tempo na cidade e, seguindo o velho ditado: "o bom filho a casa torna". Eu fico muito feliz com isso porque sei que nos tornamos parte de uma formação que está aí sendo continuada, e que plantamos isso durante nossos discursos e processos. A turma também teve a presença de alguns dos integrantes do grupo de teatro do Hospital Dona Helena, o grupo 20V, o qual com orgulho, desde ano passado, sou a Diretora e esse ano conseguimos colocá-los num curso continuado, sempre focando na importância de uma formação. Estudar, estudar e estudar... Esse é o nosso conselho.

A minha intenção esse ano era dar uma atenção maior à Cia Studio em Cena (nossa Cia de teatro), pois estávamos montando nosso primeiro espetáculo adulto, um texto com obras de Nelson Rodrigues que teve sua estreia em novembro com a diretora convidada Sabrina Lermen. Nós estávamos estudando e ensaiando desde o ano passado e isso requer tempo, atenção, dedicação e eu não queria dividir o tempo com outras coisas, pois ela já estava curto; além de ensaiar, ainda estava fazendo o figurino e produção... E em paralelo, ainda temos o nosso infantil, Cantando com a Fada Sol, que completamos 3 anos em cartaz com muito sucesso!

A Cia tem um processo muito gostoso, intenso e correu tudo bem, a estreia de “É BATATA” foi lotada e plateia curtiu muito. Ano que vem, estaremos de volta com o espetáculo. E a Fada Sol andou por cantos novos: foi pra Gaspar, na Amorabi e todas as nossas apresentações em Joinville foram lotadas, com as crianças e seus acompanhantes cantando muito... Ah: até festa particular a Fada foi fazer esse ano rss.. E as crianças ficaram enlouquecidas com a minha presença, nada mais gratificante!!

Não posso de deixar de agradecer ao Alexandre Veiga, Bruna Nicolau, Daniela D'Ávila, Daniel Malagoni (ator convidado), Fernando Gonçalvez (aluno convidado), Juliana Pamplona (musicista convidada), Luiz Scheffer (aluno convidado), Paola Soares, Paulo Zago, Priscila Schiffeinbein, Rodrigo Vargas por todas as nossas trocas na Cia, pelas cenas deliciosas que fazemos juntos, pelos ensaios muitas vezes regados de cansaço, risos, choros, champagne rss... Bolos de chocolate... E muito muito texto e músicas, além dos cursos que fizemos juntos durante o ano. Nossa Cia é um orgulho, e uma prova de que é possível fazer teatro como profissão na cidade que nascemos ou escolhemos para viver!

Como Diretora, acompanhei o grupo 20V (grupo do Hospital Dona Helena) e desenvolvemos apresentações bem legais: foi semana da Enfermagem, treinamento para as Brasanitas e, no fim de ano, montamos o nosso esperado Auto de Natal, que foi bem diferente da comédia que fizemos ano passado. E estudamos, estudamos muito durante o ano todo...

Para o Auto de Natal eu fiz uma releitura do conto A Menina dos Fósforos, de Cristian Handersen, e ficou muito bonito: usamos uma linguagem mais visual e corporal, pouco texto e muita imagem! E arrebatamos a plateia com muito choro! Ah, e minha filha, Laura, de 5 anos, teve sua estreia nos palcos com eles! É muito bom estar com vocês: Ana Régia, Bruna, Geovanne, Ketty, Maycon e Márcia. E muito obrigada à Maria José (coord. do Pró-humano) pelo apoio e dedicação ao nosso processo.

E, por fim, pra deixar bem mais corridas nossas atividades, eu peguei a produção e preparação de elenco do curta Metragem A Noiva de Tarantino, do diretor Ebner Gonçalves. Foram testes e mais testes, depois vieram os ensaios, depois trocaram uma das atrizes principais por mim, rss... E eu tive que fazer um laboratório intenso com aulas de luta para a personagem. E vieram mais ensaios, até as gravações que foram fim de novembro e inicio de dezembro. A minha atriz teve que trabalhar exaustivamente esse ano, nas peças e depois, no filme. Foi cansaço físico, por que lutar não foi nada fácil, mas muito prazeroso; gravar então nem se fala: é minha paixão estar num set.

E claro: durante o ano, apareceram trabalhos pros nossos alunos e atores da cia, e coordenar isso tudo sendo mãe em tempo integral é mesmo pra não ver o tempo passar. Por isso iniciei o texto falando que o tempo voa, porque quando me dei conta já era natal, apresentações dos alunos do Studio Mix, apresentação do auto do 20V e já era hora de fechar a escola até fevereiro, quando inicia tudo de novo. Opa... Já to falando do próximo ano!! Aff!!!!!!!! NÃO, deixa acabar esse, quero dizer acabar em termos rss...

Pedagoga-Diretora
Studio Escola de Atores - Joinville

sábado, 8 de dezembro de 2012

Múltiplas Narrativas: aonde a nova era digital quer nos levar?


Ciclo Inter-Agir  de curadoria e idealização de Ana Lúcia Ribeiro Pardo ,mesa de debate e palestras Múltiplas Linguagens Narrativas Transmídia e Não-Linear, realizada no dia 13/11/2012, que reuniu Sonaira D’Ávila (Studio Escola de Atores) como Co-Curadoria da mesa; Giuliano Chiaradia (Set Experimental); o alemão Florian Talhofer (criador do Sistema Korsakow); e Renata Jesion e Nelson Kao (Teatro para Alguém) no Oi Futuro Flamengo. Todos referências em linguagens.

Faz pouco tempo que os modelos de comunicação de mão única foram substituídos por modelos participativos. Engajar, compartilhar, interagir e curtir são verbos desta Era Digital, onde a democratização da produção de conteúdo dá “fala” e protagonismo à todos, e vem de encontro a promoção da cidadania. 

Estamos vivendo uma cultura de produção de imagens. Mas novos níveis de percepção cinestésico e sensorial são despertados na utilização das tecnologias de toque, que nos convidam a interagir, como extensão do corpo - seja ele físico ou social. A  evolução da tecnologia  e das ferramentas digitais provocaram uma revolução comportamental, alterando os processos de disseminação do conhecimento e os códigos de comunicação e linguagens corporais. Nos trouxe uma mudança da forma de pensar, somar, criar coletivamente, transformar a “cena” com o que se tem na mão, com os recursos que se dispõem.

Múltiplas Narrativas explodem diante de nossos olhos. Diferentes olhares sobre as formas infinitas de se comunicar e transitar em múltiplas realidades. Somos instigados a aprender como múltiplas realidades funcionam. 

Qual o propósito de ser um contador de histórias? Ser um contador de histórias não é dizer como você tem de pensar, mas dar perguntas para você pensar e construir pela curiosidade sua narrativa num processo dinâmico. E, consequentemente, poder proporcionar a extensão das experiências de narrativa de uma plataforma para outra, se for o caso.

A facilidade de produção e informação ligada ao instantâneo, ao imediato, e ao acesso às diversas ferramentas, levam a uma avalanche de produção sem seleção. Muitos vivem numa celebração à exposição sem reflexão, sem se comunicar.

Porem, é necessário uma boa idéia para se ter destaque. “São as ideias que te destacam”, segundo Giuliano Chiaradia, diretor da Set Experimental.

Para os imigrantes digitais, analógicos e lineares por natureza, a maior dificuldade é a quebra da barreira tecnológica. São estimulados a rever seus códigos de comunicação, escolhas, interferências e interatividade.

Parar de assistir e começar a fazer: este é o impulso básico dos Nativos Digitais, a geração múltitarefa e não-linear. São os “Prosumers”, que experimentam e se apropriam da tecnologia, produzindo seus conteúdos. São capazes de aceitar realidades diferentes, distintas, fragmentadas, e arriscar caminhos novos e desconhecidos. Aprendem a “falar” naturalmente, sem com isso se tornarem leitores e produtores conscientes das linguagens e códigos.

Eles interagem com o mundo e utilizam as ferramentas, instrumentos e tecnologias como extensão do seu corpo e pensamento. “Toda mídia é uma extensão fabricada” - gosto da frase de Marshall McLuhan.

Todos, hoje, somos convocados à ação. 

Agilidade, mobilidade, portabilidade e interatividade são incorporadas nas nossas formas de viver e expressar.

Queremos fazer parte da experiência contextual gerada pela mobilidade, pela portabilidade, pelo toque, produzindo algo pessoal e instantâneo na ultima potência.

Estamos conectados em tempo real e somos os protagonistas das nossas histórias. “Quando deixamos de pensar e agimos, o próprio ato passa a ser artístico. A questão é saber usar as ferramentas da forma que lhe cabe a favor da sua idéia", disse Nelson Kao, do Teatro para Alguém. 

Entender a história a ser contada, analisá-la e ver que cada detalhe e ferramenta ajuda a contar. "Saber escolher as ferramentas e mídias e como usá-las determina o que você quer dizer” complementa Giuliano Chiaradia.

Falar de Múltiplas Narrativas é reintegrar o corpo simbólico, social, político e individual nestas realidades multifacetadas  e não excludentes e, com certeza, proporcionar o reingresso dos sentidos numa cultura áudio / tátil / visual.

Por Sonaira D'Ávila 

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Para ver os vídeos, clique: Vídeo 1; Vídeo 2.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Reality City - Improvisando Na Real


      
Convocação para DOC WEB!

REALITY  CITY
Improvisando Na Real

Produção de produto para a internet.
14, 17, 19 e 20 de Dezembro

A paisagem urbana, com seus personagens e histórias reais, compõe o material que serve de base ao Projeto “ Reality City”, um filme documentário ficção / DOC DRAMA.

O processo consiste em um registro de cenas urbanas que revele nosso cotidiano, através de um relato ou de um olhar sobre sua cidade e, principalmente, sobre seus habitantes.

O resultado obtido será postado em nosso canal oficial do YouTube (www.youtube.com.br/studioescola), e armazenado no software alemão Korsakow.org, de narrativa não-linear,  com  formato único e inovador,  criado por Florian Talhofer.  


DOC. DRAMA

Parte Documental

De caráter absolutamente prático, o trabalho parte do registro gravado de depoimentos e relatos de pessoas comuns, em situações reais que retratem o cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. A real da cidade, o dia a dia das pessoas que vivem em uma metrópole, a sua rotina, seu olhar sobre seu bairro, sua cidade, sua comunidade, as pessoas nas ruas, flagrantes de situações enfrentadas todos os dias, mas que deixamos de perceber.


Parte Dramática

Na segunda parte do processo - o Drama (...) "forma narrativa em que se figura ou imita a ação direta dos indivíduos", o participante analisa as entrevistas gravadas e seleciona as que serão dramatizadas, assumindo o papel do entrevistado e recriando uma nova realidade ficcional. A ideia não é reproduzir as entrevistas escolhidas, mas, mais do que isso, através do improviso para a câmera, recriar a realidade de acordo com a visão e interesse do participante.

A QUEM SE DESTINA
À atores, profissionais da área de comunicação, antropólogos, documentaristas, jornalistas, pesquisadores de novas mídias, roteiristas, filósofos, comunicadores, professores, estudantes de diversas áreas e interessados no assunto de um modo geral. Neste processo, a diversidade só tem a contribuir.

FORMATO
Serão  4  encontros práticos, e um de exibição e análise do resultado.
DIAS:  14, 17,19 e 20 de dezembro
HORA:  16 às 20h

1º dia - Apresentação  do projeto:  
  • análise da temática proposta  (REALITY CITY);  
  • apresentação do software Korsakow, que hospedará os vídeos, além do CANAL SEA no YouTube; 
  • divisão em grupos de trabalho (definir caminhos de pesquisa, pessoas, grupos, lugares e situações que revele a Realidade de Nossa Cidade).
  • Laboratório de gravação nas Ruas da Cidade (primeiros registros, entrevistas  com pessoas comuns etc)


2º dia - Os grupos trarão seus registros e propostas:
  • Encontro para apresentar o material;
  • Escolhas de algumas cenas para posterior gravação;
  • Esclarecimento de dúvidas.
  • Segunda parte do encontro: LIVRE PARA GRAVAÇÃO nas Ruas.


3 º dia –  Apresentação de todas as entrevistas gravadas pelos grupos.  
  • Escolha individual das entrevistas, registros ou situações que serão dramatizadas por cada participante. 
  • Gravação das “impro-cenas”. O participante deverá improvisar em cima da entrevista escolhida.  O objetivo é manter a mesma espontaneidade do material documental.


4º dia – Continuação de Gravações e análise do material.

O 5º dia será definido pela produção do projeto para apresentação do resultado (depois de editado) aos participantes. 

TAXA DE PARTICIPAÇÃO
R$ 300,00
LOCAL: CASARÃO AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE
ENDEREÇO: RUA COSME VELHO, NO. 599 - casa.

MATERIAL NECESSÁRIO
O participante poderá gravar com qualquer equipamento digital de fácil acesso e que possa trazer de casa: câmera digital, celular com câmera  de vídeo, iPhone, hand cam, e todo e qualquer outro dispositivo móvel (resolução mínima de 2.0).


REALIZAÇÃO: STUDIO ESCOLA DE ATORES
                                                                                       DIREÇÃO:  KAKAU  BERREDO, SONAIRA D AVILA E SONALI BECKER
    INSCRIÇÃO: sea@studioescola.com.br       


PERGUNTAS FREQUENTES
1. Por que o nome “Projeto Reality City”?
R.: Pela ideia em se mostrar realidades urbanas. Ao mesmo tempo, o nome brinca com a ideia de reality show. Como mostraremos personagens reais (e ficcionais), é possível fazer esta associação.

2. Mas por que um nome em inglês?
R.: Porque a ideia é fazer, dentro do Projeto Reality City, doc. dramas em outras cidades do mundo, como Munique, na Alemanha. Portanto, o nome em inglês torna o título universal.

3. O que é mesmo Doc. Drama?
R.: É uma mistura de documentário com interpretação / improvisação.

4. É necessário ser ator para participar do Projeto?
R.: Não. Como existe a parte documental, pessoas de diversas áreas são bem vindas.

5. Eu posso optar por não fazer os improvisos do Doc. Drama?
R.: Sim. Você é livre para participar da maneira que achar interessante.

6. Eu sou ator e não documentarista. Posso participar da parte documental?
R.: Sim, com certeza. Não é necessário ser documentarista. É necessário ter um mínimo de espírito investigativo.

7. Eu não tenho material nenhum para filmar. É possível que eu participe mesmo assim?
R.: Sim. É importante lembrar que câmera de filmar no celular é suficiente para executar o trabalho. 

8. O que é esse Korsakow?
R.: É um software que vai abrigar o Doc. Drama "Reality City". Ele possui interfaces que possibilitam à quem assiste escolher a seqüência das cenas e quais cenas irá assistir. Ou seja, a narrativa, neste caso, é não-linear.